domingo, 9 de julho de 2017

A MALDIÇÃO DA GRAVATA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL







          Eu não acredito em bruxarias não, mas que elas exstem existem...era assim que falava Sancho Pança, quando escutava os desvarios de Dom Quixote de La Mancha, que vivia de alucinações e ilusões...coisas de Miguel de Cervantes...
          Eu tenho as minhas superstições também, como todo mortal...por exemplo, nunca deixei a minha chinela emborcada, pois isto causa ou chama a morte da mãe...
         Sempre fui cismado com quem dava o nó na minha gravata...nunca aprendi a dar um nó decente...observei que todas as pessoas que deram nó na minha gravata, quando eu ia a uma festa, morreram precocemente....me criei com este medo: dá o nó na minha gravata da azar...
          Tentei comprar gravatas com o nó já feito, mas eles não tem a elegância do outro tipo...
          A gravata que realça é aquela que é preciso dar o nó...
          Quando adolescente quem dava o nó nas minhas gravatas era o meu pai...morreu cedo...depois esta tarefa foi substituída pelo meu primo,também adolescente, que ia as festas comigo em Nova Cruz, Paulinho Bezerra...morreu precocemente, antes dos trinta anos...depois veio o tio Paulo Bezerra...morreu.
          Depois vim estudar em Natal e o meu cunhado Eros Calda de Araújo pereira, meu cunhado,em cuja casa eu vim estudar, começou a dar os nós nas gravatas, antes das festas...morreu com 40 anos...
          Depois quem dava o nó era Carlinhos Botelho, outro cunhado, morreu precocemente...
          Passei a pedir ao vendedor na loja, que já me vendesse a gravata com o nó dado...sentia dilema de consciência...temia a sua morte...
          O CERTO é que na minha casa ninguém tem coragem de dar  o nó  nas minhas gravatas...
          Certa vez, estava num congresso de cirurgia, no centro de convenções....no intervalo entro no toilete, onde me encontro com o meu amigo médico e professor, SEBASTIÃO AZEVEDO...este um cirurgião metódico e perfeccionista...
          Sebastião olha pra mim e diz:Bernardo, o nó da sua gravata está muito mal feito...eu vou ajeitar...O colega não tinha nervos para ver uma marmota e se omitir...era deste jeito deste o campo cirugico...
          Sebastião se dirigiu ao meu pescoço e começou a refazer o nó da gravata...neste ínterim eu falei:
          Meu amigo, você precisa saber que todas as pessoas que deram o nó  na minha gravata morreram precocemente...imediatamente sebastião soltou a gravata puto de raiva, como quem descobre que estava com uma cobra na mão prestes a lhe picar, e me disse:
          PORRA....você devia ter me avisado antes...e abandonou o serviço revoltado...e acrescentou, eu agora vou ficar com esta preocupação á mais.

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