À MEMÓRIA DE MEU PAI (Anna Lima – em “Verbenas”)
As ilusões que eu tinha emolduradas
Em róseo alvorecer,
Vejo-as todas pra sempre arrebatadas,
Vejo-as todas morrer!
Fugiu a minha crença perfumosa
E pelo azul se esvai...
Na quadra aterradora e lutuosa
Em que perdi meu Pai!
Seja meu canto a lágrima sentida
Que molhe a sepultura
Daquele ser amado, que era em vida
Minha doce ventura.
Que me embalou no berço de inocente
O angélico sonhar,
Que fez o meu viver adolescente
Feliz descortinar!
E que morrendo converteu em lírios
As rosas da esperança
E em coroas de goivos e martírios
Meus sonhos de criança!
Seja meu livro o branco santuário
Que para sempre há de
Guardar no seio o santo escapulário
Da paternal saudade!
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