segunda-feira, 16 de julho de 2012

SOBRE A BELEZA DA INTEGRIDADE...


OS ÍNTEGROS

POR LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI...


No grão de tempo, que é a vida, cumprimos nossa tarefa. Anônimos do cotidiano, pensamos, agimos, damos nossa contribuição. Cada um ao seu estilo. E conforme seu talento.
Uns, mais sonoros, lideram, discursam, comandam. São Césares que dirigem legiões modernas de seguidores. E carregam suas bandeiras de variadas cores. E gostos.
Outros, silentes, igualmente lideram e discursam. Mas seu comando é mais sutil. São planetas humanos, como Francisco de Assis, como Agostinho, que escreveram códigos iluminados de conduta. Transmitidos em discrição e modéstia exemplares.
Dom Eugênio Sales está no segundo caso. Nascido no Rio Grande do Norte, passou pela Bahia e viveu seu apostolado no Rio. Uma vida inteira dedicada a ensinar e a testemunhar a fé. Mas não apenas. Pois ele esteve atento também às prosaicas coisas terrenas.
Atenção oferecida fraternalmente, de duas maneiras, aos que precisavam de ajuda. Aos pobres, por meio de movimentos de apoio social, dando pão a quem tinha fome. E a perseguidos políticos pela ditadura, brasileiros, uruguaios, argentinos, garantindo-lhes proteção contra o arbítrio.
Seu modo de agir assinalava o mesmo tom manso de sua fala macia. E, na mansidão de uma postura clara, mostrava a firmeza dos intimoratos. Guardava a integridade dos desassombrados. Recusando sempre as medalhas dos poderosos.
Quem, como ele, viveu assim, não morre. Porque deixa sempre as pegadas perenes de quem sabe o que faz.

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