sexta-feira, 23 de março de 2012

ORIANO DE ALMEIDA...UM NORTERIOGRANDENSE ILUSTRE...O NOSSO CHOPIN.

O CÉU SEM LIMITES – ORIANO DE ALMEIDA, PIANISTA

Oriano de Almeida (Cortesia: Blog do Braga)

Não é todo dia que a gente tem a oportunidade de conhecer ou até conviver com um Gênio.

Eu tenho muita sorte na vida. Conheci e tive a oportunidade, em alguns casos, de conviver com alguns.

Um deles, o maior intérprete brasileiro da obra de Chopin: Oriano de Almeida.

Paraense de nascimento (1921) tornou-se natalense em virtude da mudança dos seus pais para Natal ainda bebê.

Iniciou seus estudos musicais com seu tio, o Maestro Waldemar de Almeida, tendo estudado com a grande pianista Magdalena Tagliaferro.

Oriano tornou-se mundialmente conhecido por conhecer e executar com perfeição a obra de Frederic Chopin, a tal ponto de atingir o estrelato respondendo no famoso programa de TV “O Céu é o Limite”, sobre a obra do compositor, ganhando notoriedade internacional em inúmeros concertos por vários países do mundo.

Após um trágico atropelamento, nos anos 80, perdeu os movimentos do braço direito, interrompendo assim sua brilhante trajetória de virtuose do piano.

Conheci Oriano de Almeida e com ele convivi por quase dois meses, quando, apresentado ao Mestre pela também virtuose Elyanna Caldas, então diretora do Conservatório Pernambucano de Música, fui convidado a remasterizar para o áudio digital a sua obra gravada. Isso porque fazia poucos meses que eu havia remasterizado uma fita gravada por Elyanna em homenagem ao centenário de nascimento do compositor paulista Aurélio Gregori. Sobre Elyanna Caldas voltarei um dia em outro post. Ao todo, compilei em 4 CDs dezenas de peças que Oriano guardava gravadas em fitas cassetes bastante antigas. As gravações originais em fita magnética foram feitas no Estúdio da Rádio MEC.

Capa de um dos CDs remasterizados

Exigente, o Mestre sempre discutia e observava o trabalho de filtragem de ruídos e chiados das fitas o timbre do instrumento, etc.

Os originais, já bastante usados, apresentavam aquele chiado de fundo característico e me consumiram dezenas de horas de trabalho no estúdio, até chegar ao resultado final que ele considerou o ideal.

Oriano, então já com a saúde debilitada, em virtude de problemas cardíacos, estava hospedado num Hotel em Casa Forte, próximo ao meu estúdio, e assim nos vimos e por muitas vezes conversamos sobre o andamento do trabalho.

Em 2004, fiquei bastante triste com a notícia da sua morte, por câncer.

Um fim melancólico da carreira artística de um dos maiores músicos brasileiros de todas as épocas. Reproduzo aqui duas músicas interpretadas por Oriano: O Noturno opus 9, n.2, de Chopin, seu maior ídolo e a Aquele Realejo de Pigalle, de sua autoria.

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