terça-feira, 31 de julho de 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

SOBRE MIM...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.



Vivi muito tempo de fraldas,muitas vezes nu.

sei com quantas batatas de purga se curam brotoejas...

depois vivi num berço...vi carinhos e vi as almas...

o meu peito nasceu batendo palmas...pra vida, pro bem,pro certo, amém...

depois veio o Marista...surpreende um indivíduo bem criado....

avancei no amor...vi anjos, vi o diabo...

caminhei sozinho na cidade nua...

fui boca, fui tábuas,fui lua...

depois nasceu um doutor dentro de mim..

a minha boca entortou e eu fiquei assim...

já dei conta dos filhos que pari...

gastei meu tempo precioso com solidão..

fui um pássaro, fui fogo, um tição...

hoje curto a vida crua, sem sol, e sem lua.

restou-me a loucura, farta e sua.


preciso de um rio ameno,no meio da rua...

PETRUCIO AMORIM...


Meu Velho Ipojuca

Petrúcio Amorim

Quantas vezes deixei minha mãe maluca
O Rio Ipojuca galopando para o mar
O rio tá enchendo
Tá chovendo, me dá medo
Água não é brinquedo
Menino, não vá pra lá
Mainha, o tempo passa e levo nesse desafio
A natureza chega chora a perguntar
Se os peixinhos sentem saudade do rio
Se a lavandeira tem motivos pra cantar
Meu velho Ipojuca, teu espelho já não brilha
E nessa trilha tu parece até comigo
Lençol de pedra e sonho de baronesa
Nessa tristeza aceitando teu castigo
O rio tá enchendo
Tá chovendo, me dá medo
Água não é brinquedo
Menino, não vá pra lá

A NOITE DA ESTRELA LUCINHA LYRA...


SEXTA FEIRA Á NOITE, FOMOS ESCUTAR A ESTRELA LUCINHA LYRA, NA AABB...

UMA FESTA BASTANTE ANIMADA, COM UMA BANDA COMANDADA POR MARIVALDO, BASTANTE AFINADA, E A ALEGRIA E O TALENTO DE LUCINHA LYRA...

ELA PROMETE REPETIR ESTA FESTA UMA VEZ POR MÊS...

É UMA OPORTUNIDADE PARA SE PRESTIGIAR A NOSSA QUERIDA AMIGA E CANTORA DA TERRA..

LUCINHA LYRA TEM TALENTO...

DO MESMO PINICO...



SOBRE O MENSALÃO...


DESGASTE INEVITÁVEL

Ruy Fabiano
O julgamento do Mensalão, que começa daqui a cinco dias, ainda que não dê em nada (como receia boa parte da população), já é um revés considerável para a imagem do PT e do ex-presidente Lula.
A transmissão direta pela TV confere às sessões do Supremo Tribunal Federal contornos de espetáculo político, a condicionar e moldar o comportamento de juízes, advogados e promotores.
Cada qual, mesmo escondendo-se atrás de uma linguagem cifrada, o juridiquês, sabe que está sendo visto e avaliado por milhões de espectadores. A mídia se encarrega de traduzir o que cada qual diz e a oposição reverbera os aspectos mais negativos.
Em ano de eleição, isso é trágico, o que explica o empenho frustrado de Lula em procurar ministros do STF em busca de adiamento, que levaria à prescrição de boa parte das acusações.
Lula, embora não seja réu, é personagem central de toda essa história, seja porque ocorreu em seu governo, seja porque a negou, seja porque é acusado de ser o seu mentor – ou por tudo isso somado.
Embora tenha indicado nada menos que sete dos onze ministros – incluindo um ex-advogado do PT, José Antonio Toffoli, e um amigo da família, o relator revisor Ricardo Lewandowski -, não tem qualquer segurança de que os trabalhos serão conduzidos favoravelmente.
O fator imponderável chama-se opinião pública. Lewandowski, por exemplo, teve que acelerar seu relatório em face das pressões que recebeu dos próprios colegas de tribunal. Havia dito, mais de uma vez, que não tinha pressa para concluí-lo. Chegou a cogitar de entregá-lo no ano que vem, mas acabou cedendo às reações.
Além dos casos pontuais que serão examinados, estará em jogo o caráter bipolar do PT, que surgiu e se firmou como uma espécie de vestal da política brasileira, fiscal da moral alheia e que, ao chegar ao poder, transformou-se no seu antípoda, levando ao paroxismo as piores tradições da vida pública brasileira: alianças espúrias, aparelhamento do Estado, corrupção ativa e passiva. O Mensalão é a síntese desse comportamento.
Há quem argumente que, se ao tempo em que foi denunciado, o Mensalão não impediu que Lula se reelegesse, por que agora faria diferença? Simples: Lula foi então beneficiário de dois fatores convergentes: de um lado, o temor de envolvê-lo e provocar turbulências sociais (Roberto Jefferson, o denunciante, o proclamou inocente); de outro, o boom econômico e a febre de consumo que estimulou.
A esses fatores, se agregou a avaliação equivocada da oposição de que Lula sangraria em público e que até um poste o derrotaria nas eleições. Era o que proclamava na época o senador Antonio Carlos Magalhães, que procurou o então presidente da OAB, Roberto Busato, pedindo-lhe que não encaminhasse à Câmara dos Deputados o processo de impeachment. O Conselho Federal da OAB acatou o pedido.
Hoje, o quadro é outro. A economia já não está em alta e os denunciantes, como Roberto Jefferson, não hesitam em atribuir a Lula o comando do Mensalão. Podem até não dispor de provas que o levem às barras da Justiça, mas o expõem a um desgaste incontornável, na medida em que há verossimilhança na acusação.
Como poderia Lula, que dirige o PT com mão de ferro desde sua fundação, ignorar operações de tal magnitude?
Não bastasse, José Dirceu, apontado pelo procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, como “chefe da organização criminosa”, disse mais de uma vez que tudo o que fez foi com “o conhecimento e o consentimento do presidente”.
Essas e outras declarações serão relembradas ao longo das sucessivas sessões do STF, nos discursos da tribuna do Congresso e nos inevitáveis replays que infestarão as TVs e a internet.
Ainda que as figuras maiores do PT sejam absolvidas, não escaparão do desgaste que essa história lhes impõe. A presidente Dilma, ciente disso, mantém prudente distância do problema, ainda que, de forma indireta, tenha sido dele beneficiária.

domingo, 29 de julho de 2012

A HISTÓRIA DE PITOCO...














Titulo: Pitoco

Autor: Abilio Victor (Nhô Bentico)

Poema que virou um clássico por sua pureza de liguagem Caipira declamado em circus e festas do interior à meio século.

PITOCO ERA UM CACHORRINHO
QUE EU GANHEI DO MEU PADRINHO
NUMA NOITE DE NATÁ
ERA ESPERTO BEM ATIVO
TINHA DOIS ÓIOS BEM VIVO
SARTANDO DE LÁ PRA CÁ
DI MINHA CEDO PITOCO
QUANDO MI LEVANTAVA
PITOCO É QUE MI ACORDAVA
COM LATIDOS SEM PARÁ
MI FAZIA TANTA FESTA
LAMBIA INTÉ MINHA TESTA
CHEGAVA INTÁ MI BEJA
E DOMINGO BEM CEDINHO
EU PEGAVA MEU BODOQUINHO
OS PELOTE NO ESBORNÁ
PITOCO CORRIA NA FRENTE
DANDO SARTO DE CONTENTE
ROLANDO NOS CAPINZÁ
ERA DOMINGO DE MÊS
DIA DE SANTA INÊS
TINHA FESTA NO ARRAIÁ
MINHA MÃE COM AS CRIANÇADA
TUDO DE ROPA TROCADA
NA CAPELA FOI REZÁ
EU FUGINDO POR UMA ESTRADA
COM PITOCO FUI CAÇA
HOJE DÓI A MINHA CONSCIÊNCIA
DA MINHA DESEBEDIÊNCIA
EM NÃO PODE LHE SARVÁ
PITOCO LATIA,LATIA DE TANTA ALEGRIA
SEM NADA PODE CISMÁ
EU TACAVA UM PELOTE
FAZENDO VIRÁ CAMBOTE
UM POBRE CARÁ-CARÁ
DE REPENTE FIQUEI COM ALMA FRIA
GRITEI PRÁ VIRGE MARIA
QUE PODIA ME SARVÁ
UMA URUTÚ DAS DORADA
NUM GAIO DEPENDURADA
TAVA PRONTA PRA SARTÁ
PITOCO FICO ARREPIADO
FICO COM OS ÓIO VIDRADO
E DEU UM SARTO MORTÁ
SE CUMBATEU COM A SERPENTE
ARREPICOU TODA DE DENTE
MAIS NÃO PODE SE SARVÁ
PITOCO MORREU LATINDO
OS SEUS ÓINHO TÃO LINDO
FOI FECHANDO DEVAGAR
PARECIA INTÉ QUE RIA
DA MINHA PATIFARIA
DE NÃO PODE LHE SARVÁ
E NESSE MUNDO TÃO OCO
ONDE OS AMIGO SÃO POCO
DISPOIS QUE MORREU PITOCO
NUNCA MAIS ACHEI OUTRO IGUÁ




©2005 Fundação Padre Anchieta - TV Cultura - SR BRASIL - fotos: Pierre Yves Refalo 


MPB4...





Fogo Sobre Terra

Toquinho

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes



A gente às vezes tem vontade de ser

Um rio cheio pra poder transbordar,

Uma explosão capaz de tudo romper,

Um vendaval capaz de tudo arrasar.

Mas outras vezes tem vontade de ter

Um canto escuro pra poder se ocultar,

Um labirinto onde poder se perder

E onde poder fazer o tempo parar.

Oh, dor de saber que na vida

É melhor de saída

Ser um bom perdedor!

Amor, minha fonte perdida,

Vem curar a ferida

De mais um sonhador








Canto dos Homens

MPB4

Composição: Milton Santos e Paulo Cesar Pinheiro



Desde cedo fui criado no padrão

Pra arremedo do empregado do patrão

Ganhei prêmio,fui crismado,fiz serão

Fui boemio,fui soldado,fui cristão

Homem do povo,filho de um cidadão

Eu,desde novo,nunca,jamais,disse não

E podia.Não.

E hoje em dia. Não

Isso não,morro então,se assim for

Desde novo fui falado,meu varão

Foi um estorvo pro finado,meu patrão

Fez conflito,fez pecado,fez questão

Foi proscrito,foi jurado,foi pagão

Homem sem medo,jamais me deu atenção

Ja desde cedo para o que viu,disse não.

E podia.Não

E devia.Não

Isso não

Ele não me escutou

E ele disse: NÃO

E sumiu-se.Não

Isso não

Morro então lutador

TAMBABA...




O casal foi conhecer tambaba e levou um filho de cinco anos... ao chegar,todos tiraram a roupa.... deixou a esposa e o filho, deitados na esteira de praia e foi comprar água de coco... após dez minutos, retorna e é surpreendido pelas CONSIDERAÇÕS DO SEU GURÍ...pai, por que uns tem o pinto tão grande e outros tem tão pequeno?
O pai respondeu: os ricos tem o pinto grande , já os pobres tem o pinto menor... o menino concluiu: Pois quando o senhor foi comprar água de côco, chegou aqui um ex namorado de mamãe, começou a conversar com ela, e enricou de uma hora pra outra...

A POESIA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...




AS PAIXÕES DE CADA PRIMAVERA...

BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


ME APAIXONEI EM CADA PRIMAVERA,
ME ABRI EM CADA PRIMAVERA, COMO TODAS AS COROLAS...
SUGUEI OU DESEJEI BEIJAR, COMO UMA ABELHA, A PARTE FEMININA DE TODAS AS FLORES...
ME ENTERNECI COM TODA ESTA BELEZA QUE ALUMBRA OS PÁSSAROS E ATORDOA OS INSETOS... VIVO DE TODOS OS HUMORES QUE TRANSUDAM DOS JARDINS...
SOU DAS FLORES, QUE SÃO ARRANCADAS ,POR QUE PRECISAM SER OFERTADAS AOS AMORES...
EU SOU O VERBO SENTIR,
TENHO AS MÃOS PARA A TERNURA,
TENHO O SENTIMENTO DO MUNDO, PARA ABRIGAR TODOS OS SONHOS...
NÃO QUERO ME CURAR DA MINHA LOUCURA, PARA NÃO SER UM HOMEM TRISTE...
ME DEIXE SOMENTE COM A MÚSICA, QUE EU VENÇO O MUNDODE ME ABANDONAR NA IMENSIDÃO DESTE BOSQUE.

VIVO DAS CARÍCIAS QUE ME FALTAM, SOU UM POETA, MUITO OBRIGADO.

A POESIA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...



O QUE SINTO...

A VIDA PASSANDO, O TEMPO CHEGANDO E FINDO...
O AMOR DO MEU PEITO RINDO...
VEJO MANHÃS E NOITES,SEPARANDO OS BEIJOS DOS AÇOITES,
MEU UNIVERSO É INFINITO.

ADORMEÇO NA MANHÃ E ACORDO NA NOITE...
O QUE HAVIA DE NOVO FOI-SE,
CANTO CANTIGAS ANTIGAS,
NAS SERENATAS DE DORES...

VERCEJO NOVOS AMORES,
EMBARCO EM NOVOS VAPORES,DE DORES,
A ALMA CANTA E CHORA,
A MINHA GLÓRIA IMPLORA,
UM MINUTO DE SILENCIO...

ESCUTO ANTIGAS VOZES,SONS DE TODAS AS CORES,
NO PEITO MIL AMORES,
AS CORES DO DIA SÃO MORTAS...

O ESPÍRITO SEMPRE PRONTO,
A CARNE SOLUÇANDO,
AI QUEM ME DERA SER LIVRE, VIVER UM BANDO DE ANDORINHAS,
QUE VOAM SOZINHAS...

SOBRE A MARAVILHOSA E PROGRESSISTA CUBA...


POR LUIZ BERTO
JORNALISTA
HAY QUE ENDURECERSE PERO SIN PERDER LA CARA-DE-PAU JAMÁS

Recebi há algum tempo a visita de um amigo querido, um ZBT que mora em Brasília e veio passear aqui no Recife. Ele é nordestino da Paraíba e periodicamente vem matar as saudades do torrão de nascença.
ZBT, pra quem ainda não sabe, é a sigla que denomina um Zisquerdista Brasileiro Típico. E, dito isto, automaticamente a gente já intui os gostos, palavras, preferências e atitudes do infeliz padecedor desta anomalia. É um padrão que não varia de modo algum e vale pra todas as assembléias da esquerda festiva  destepaiz em botecos de todos os quadrantes.
Meu amigo ZBT tem duas paixões na vida: fumar e louvar Ernesto Che Guevara, dois vícios destrutivos que fazem mal à saude física, no primeiro caso, e mal à saúde mental, no segundo.
Guevara é uma figura que meu amigo ZBT canonizou no altar da sua paixão ideológica e a quem ele chama de “humanista” e “democrata“. E sobre a qual ela não desperdiça qualquer oportunidade que tenha pra exaltar a santidade do seu canonizado. Na sua biblioteca, os volumes que falam da breve vida do argentino inxirido, que foi fazer revolução em terra alheia, ocupam lugar de destaque.
Pois na última visita que meu amigo ZBT me fez, ele tentou levar, como de rotina, a conversa pro lado do barbudo conterrâneo de Maradona e eu, de imediato, pedi que ele mudasse de assunto pois iria perder seu tempo tentando jogar inseto numa cabeça dedetizada feito a minha.
Ele se arretou, ficou amuado e pronunciou uma frase antológica, uma sentença que ficou gravada indelevelmente na minha lembrança e que serviu pra explicar algumas coisas que eu considerava, até então, sem explicação. Ele disse exatamente o seguinte:
- Também, morando num apartamento grande e bonito feito este teu, tu não podia mesmo ser esquerdista, comunista, revolucionário.
Pronto. E aí fez-se a luz na minha cabeça. Pra ser revolucionário, esquerdista e cumunista o cabra tem que morar mal. Tem que ser fudido e viver na miséria. A penúria é condiação sine qua non pro sujeito ser considerado progressista e avançado. Se o cabra morar num barraco de tábuas, está apto a se tornar um comuno-marxista de primeira grandeza.
Além disso, a frase do meu amigo ZBT também me resolveu um mistério que eu considerava insolúvel até então. É que eu vivia me perguntando a razão pela qual Guevara e Fidel Castro haviam feito uma revolução prometendo fartura, pão e vida feliz e, meio século depois, Cuba tem uma população tão fudida e faminta quanto a de qualquer periferia miserável do Brasil, morando mal, se deslocando em carros pré históricos, entrando em filas pra conseguir pão racionado e tendo que se submeter à humilhação de receber “ajuda humanitária” dos imperialistas ianques. E, por conta da falta de papel higiênico, limpando a bunda com a versão impressa do diário oficial gunvernamental, o jornal Granma.
Taí a explicação: pela teoria de ZBT, pro cubano ser “revolucionário e comunista” tem que morar em tapera, viver abaixo da linha da miséria e retemperando sua disposição guerrilheira no fato de levar uma vida em penúria.
Seguindo o pensamento do meu amigo ZBT, o brasileiro que quiser ser revolucionário e cumunista tem que morar em apartamentos e casas em estado lastimável, como as que a gente vê em Havana. Como nesta rua da foto abaixo, onde a bandeira cubana tremula orgulhosamente, colorindo a miséria ao seu redor.
 
Além de morar mal, o bom revolucionário tem que se deslocar em carros semelhantes aos que rodam na Ilha da Felicidade, todos modelo D-60 (de sessenta anos atrás…), como estes:
Na foto abaixo, os bravos libertadores aparecem desfilando em Havana, logo após o triunfo da revolução que tirou Cuba da mão dos imperialistas americanos. Aqueles ianques que faziam da ilha um prostíbulo e mantinham o seu povo na miséria. Estes bravos combatentes aí da foto, foram os que levaram Cuba a ser a potência da porra que é nos dias de hoje, com muita fartura, educação, saúde e ampla liberdade de manifestação, de reunião e de opinião, a ponto de ter um jornal independente em cada bairro. Independente assim feito o Granma
Já o item “segurança” é manifestado na segurança das balsas que os nativos usam pra fugir da ilha…
Na esquerda está o ídolo canonizado pelo meu amigo ZBT. O que está no meio da foto é o doador de furico Raul, herdeiro da capitania hereditária, cujo comando ele recebeu das mãos do querido irmão, o barbudo à direita. Campanha pra realização de eleições diretas pra presidente, do tipo “Diretas Já”, é coisa pra militância esquerdista, comunista e revolucionária do Brasil. E não de Cuba.
O lema do ídolo do meu querido amigo ZBT, a frase “Hasta la victoria siempre não resistiu à gorilada da então grande potência sulamericana que era a Bolívia. Um país que provou sua superioridade militar sobre a guerrilha zisquerdo-revolucionária de Ernesto, ao qual impôs uma derrota e uma morte humilhantes no interior daquele país.
Pelo menos morreu do jeito que meu amigo ZBT acha que deve ser todo militante zisquerdo-comuno-revolucionário: com fome, fudido, na miséria e mais pobre do que um penitente
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A POESIA DE FLORBELA ESPANCA...


SE TU VIESSES VER-ME… – Florbela Espanca

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca…o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte…os teus abraços…
Os teus beijos…a tua mão na minha…
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

sábado, 28 de julho de 2012

A HORA DO ADEUS...




Hora do Adeus

Luíz Gonzaga

O meu cabelo já começa pratiando
Mas a sanfona ainda não desafinou
A minha voz vocês reparem eu cantando
Que é a mesma voz de quando meu reinado começou
Modéstia à parte é que eu não desafino
Desde o tempo de menino
Em Exu no meu sertão
Cantava solto que nem cigarra vadia
E é por isso que hoje em dia
Ainda sou o rei do baião
Eu agradeço ao povo brasileiro
Norte Centro Sul inteiro
Onde reinou o baião
Se eu merecí minha coroa de rei
Esta sempre eu honrei
Foi a minha obrigação
Minha sanfona minha voz o meu baião
Este meu chapéu de couro e também o meu gibão
Vou juntar tudo dar de presente ao museu
É a hora do Adeus
De Luiz rei do baião










PEDAGOGIA...


 
POR NEWTON SILVA...
Dois amigos estavam fumando maconha e foram pegos pela polícia. No dia do julgamento o juiz, que estava de bom-humor, disse:
- Vocês parecem ser boas pessoas, por isso lhes darei uma segunda chance!
- Ao invés de irem pra cadeia, vocês terão que mostrar para as pessoas os terríveis males das drogas e convencê-las a largá-las!
- Compareçam ao tribunal daqui uma semana , pois eu quero saber quantas pessoas vocês convenceram!
Na semana seguinte os dois voltaram e o juiz perguntou para o primeiro homem:
- Como foi sua semana, rapaz?
- Bem, meritíssimo, eu convenci 17 pessoas a pararem de consumir drogas para sempre!
- 17 pessoas? – disse o juiz, satisfeito – Que maravilha. O que você disse para elas?
- Eu usei um diagrama, meritíssimo. Desenhei 2 círculos como estes:
O o
Aí apontei pro círculo maior e disse:
- Este é o seu cérebro em tamanho normal.. – e apontando pro menor – E este é o seu cérebro depois das drogas!
- Muito bem! – aplaudiu o juiz, virando-se para o outro sujeito – E você? Como foi sua semana?
- Eu convenci 234 pessoas, meritíssimo!
- 234 pessoas? – exclamou o juiz, pulando da cadeira – Incrível! Como você conseguiu isso?
- Utilizei um método parecido com o do meu colega. Desenhei 2 círculos como estes:
o O
- Mas eu apontei para o círculo menor e disse:
- Este é seu cu antes da prisão…

A ARTE DO REPENTE...


Ivanildo Vilanova
É o céu uma abóboda aureolada
Rodeada de gases venenosos
Radiantes planetas luminosos
Gravidade na cósmica camada
Galáxia também hidrogenada
Como é lindo o espaço azul -turquesa
E o sol fulgurante tocha acesa
Flamejando sem pausa e sem escala
Quem de nós poderia apagá-la
Só o santo doutor da natureza.
* * *
Cicinho Gomes
Eu admiro o canção
Na cabeça de uma estaca;
Olha pra baixo e pra cima
Acuando a jararaca
Como quem diz : “Ó meu Deus!
Ah se eu tivesse uma faca!
Eu admiro demais
É uma gata parir,
Pegar o filho na boca,
Levar pra onde quer ir.
Nem fere o filho no dente,
Nem deixa o gato cair.
* * *
Dimas Batista
Alguém já me perguntou:
o que são mesmo os poetas?
Eu respondi: são crianças
dessas rebeldes, inquietas,
que juntam as dores do mundo
às suas dores secretas.
Nossa vida é como um rio
no declive da descida,
as águas são a saudade
duma esperança perdida,
e a vaidade é a espuma
que fica à margem da vida.
* * *
Raimundo Nonato
Para um mundo diferente,
nossas mentes estão vindo,
quem amanhece com ela,
tem que amanhecer sorrindo,
e a poesia não sente,
mas deixa a gente sentindo.
Ela aguça o meu QI,
que dá mais um incentivo,
nessa tarde deu um show,
pra gente cantar ao vivo,
Eu passo até sem dinheiro
mas sem poesia eu não vivo.
* * *
Moacir Laurentino
Numa das noites mais belas
dos nossos interiores,
para um encontro de sonhos,
unem-se dois cantadores,
iguais a dois jardineiros
numa colheita de flores.
* * *
Antônio Batista Guedes
Longe do mar de Netuno,
O cocheiro Faetonte
Percorria o horizonte
No seu coche de tribuno,
De Anfitrite e de Juno,
Tinha ele a proteção!
Apoio, tendo na mão
Um livro de poesia,
Me ensinou com galhardia(
Cantar dez pés em Quadrão!
* * *
João Paraibano
Faço da minha esperança
Arma pra sobreviver
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer.
Coruja dá gargalhada
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.
A juventude não dá
Direito a segunda via
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria.
* * *
Ivanildo Vilanova
No sertão a tarefa é muito dura
Mas se tem a colheita, a criação
Ferramenta da roça produção
Uma rede, um grajau de rapadura
Uma dez polegada na cintura
A viola, um baú, uma cabaça
A tarrafa e um litro de cachaça
Mescla azul, botinão, chapéu baêta
Fumo grosso, espingarda de espoleta
E um cachorro mestiço bom de caça.
* * *
Um folheto de Antonio Barreto
MENTIRAS QUE O POVO GOSTA EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO
O discurso é sempre igual
Em período de eleição.
O povo segue enganado,
Não esboça reação.
E os políticos brasileiros
Com a mesma falação:
— Se você quiser na Câmara
Um político honrado,
Vote certo para mim:
Estarei sempre ao seu lado.
Provarei ao eleitor
Ser um grande Deputado.
— Representarei você,
Meu querido eleitor.
No Congresso a minha voz
Será de grande valor.
Não esqueça de honrar
Seu voto pra Senador.
— Ninguém melhor do que eu
Para governar o país,
Eu farei do brasileiro
Um povo mais que feliz.
Todos erros do passado
Cortarei pela raiz.
— Eu garanto, meus amigos,
Acabar com a pobreza;
No meu governo as pessoas
Vão ter uma farta mesa,
Transformarei o Brasil
Numa pátria de riqueza.”
— Se você é um cristão,
Sempre fiel a Jesus,
Confie na minha palavra,
Ao seu voto farei jus;
No meu governo eu garanto:
Acabo a fila do SUS.
— Quanto ao Salário Mínimo,
Vocês não vão reclamar,
Brigarei lá no Congresso
Com qualquer parlamentar
Para assegurar a todos
Um aumento exemplar.
—Vou lutar pra conseguir
Igualdade social;
Agora a Reforma Agrária
Será um sonho real:
Darei terras para os pobres
De toda zona rural.
— Caixa Dois, Grampo, Propina,
Panetone, Mensalão,
Nepotismo, intransparência:
Nada de corrupção.
Vou dar fim nessas mazelas
Durante minha gestão.
— No meu governo, eleitor,
Vou construir hospitais;
Doentes terão remédio,
Cirurgia e tudo mais.
Vote certo para mim,
Que não falharei jamais.
— Apoiarei os pedidos
Ligados à cassação
Para punir os corruptos
Desta querida Nação.
Eu farei o impossível
Pra prender qualquer ladrão.
— A minha gestão será
De progresso e melhorias.
Eu vou ajudar os pobres,
Construindo moradias,
Pois meu governo será
Dedicado às minorias.
— Lutarei para cortar
Gastos, gratificações
E os aumentos abusivos
Para os grandes “escalões”.
Quem acreditar em mim
Não terá decepções.
— Meu programa de governo
Define com precisão
De como governarei,
Dando total atenção
À saúde, ao desemprego,
À cultura e à educação.
— Eleitor do meu Brasil,
Este aqui você conhece,
Sou político benfeitor
Que o povo nunca esquece.
Pra toda dificuldade,
Este bravo se oferece.
— Vou apresentar projetos
Úteis aos educadores;
Eu darei prioridade
Aos sofridos professores:
Cumprirei essa promessa
Aos meus fiéis eleitores.
— Durante minha gestão,
Fique despreocupado;
Saiba, meu caro eleitor,
Que sou bem intencionado;
Governarei para o pobre,
Que vive desamparado.
— Eu vou extinguir a fome,
Corrupção, violência;
Mostrarei aos eleitores
Toda a minha competência
Porque tudo que nos falta
É vontade e consciência.
— Vou investir, meus amigos,
Na sofrida Educação,
Abrirei muitas escolas
Na capital, no sertão:
Jamais analfabetismo
Haverá nesta Nação.
— Vou cumprir com altivez
As promessas de campanha;
Fazendo um governo sério
Sem permitir artimanha,
Pois comigo não tem “pizza”
“panetone ou “lasanha”!
— Honrarei o meu mandato
Em prol da democracia;
A imprensa será livre,
Pois ela nos auxilia,
Denunciando as mazelas
Presentes à luz do dia.
— As estradas do Brasil
Serão todas restauradas;
Ferrovias esquecidas:
Logo, logo reativadas;
As ruas cheias de lama
De pronto, serão calçadas.
— Ética, moralidade,
Transparência e justiça
São lemas do meu governo,
Pois odeio gente omissa.
Quem não “comungar” comigo,
Vai “rezar em outra missa”.
— Minha virtude maior
É possuir humildade,
Nunca fui um arrogante,
Nunca fiz perversidade,
Pelos meus cabelos brancos:
Já demonstro honestidade!
— Quando chegar em Brasília,
Não esquecerei vocês;
Voltarei à minha terra
Com alegria e honradez,
Provando a meus eleitores:
Pobre não vira burguês!
Brasileiro, brasileira,
Acorde pra realidade.
Reconheça que o Brasil
Requer mais seriedade.
Escolha bem o seu “gado”
Tendo em vista o seu passado
Ou então: adeus, saudade!!!

A INTEGRIDADE DOS SABIDOS...



UMA CONFISSÃO DE CULPA

Augusto Nunes
Integrante do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Cármen Lúcia teve de suspender por alguns minutos o exame de coisas sérias para ler a petição encaminhada pelos advogados Marcelo Figueiredo, Marco Aurélio de Carvalho, Gabriela Shizue Soares de Araújo, Fábio Roberto Gaspar e Ernesto Tzulrinik.
Os bacharéis a serviço do PT pedem à destinatária que explique aos colegas do STF que o julgamento do mensalão coloca a pátria em perigo e ameaça o futuro da nação.
Confira os principais argumentos dos cinco doutores, transcritos em itálico, acompanhados por ligeiros comentários entre parênteses:
O desequilíbrio, em desfavor dos partidos envolvidos, é evidente”.
(Os signatários da petição estão dizendo em juridiquês de palanque que o PT vai ficar mal no retrato justamente na temporada de caça ao voto. Não necessariamente, deve-se registrar. Só haverá “desequilíbrio em desfavor” do partido se os acusados tiverem culpa no cartório. Como vivem jurando que são inocentes, o PT deveria estar feliz: não existe lugar melhor que o STF para desmascarar a farsa tramada pela oposição e mostrar ao eleitorado que merece ser castigada nas urnas essa gente que insiste em punir homens honrados).
Tem-se o pior dos mundos: a judicialização da política e a politização do julgamento”.
(“Judicialização da política” e “politização do julgamento” são expressões sinônimas. Em língua de gente, os doutores estão querendo acabar de vez com essa mania de julgar figurões do PT que se meteram em bandidagens. Para os pecadores companheiros, o melhor dos mundos é o Brasil que institucionalizou a corrupção impune. O pior é qualquer país cujas cadeias têm vagas para criminosos de qualquer categoria econômica ou classe social).
Perde a Democracia, com a realização de uma eleição desequilibrada. Perde a República, com o sacrifício dos direitos dos acusados ao devido processo legal”.
(Quem escreve Democracia com D maiúsculo costuma louvar a ditadura de partido único em conversas amigas. O sistema democrático só tem a ganhar quando a Justiça deixa claro que todos são iguais perante a lei. A República só tem a ganhar quando inimigos do Estado de Direito descobrem a existência do Código Penal. Os acusados exerceram seus direitos até o limite da paciência. O mensalão foi descoberto há sete anos. Faz cinco que o processo no Supremo começou. Se os mensaleiros não foram devidamente defendidos, a culpa é dos advogados).
O chefe supremo da seita deveria estar eufórico com a chance de desmascarar os golpistas que tramaram a derrubada do governo. O rebanho deveria estar festejando a chance de provar que o mensalão não existiu.
A desesperada tentativa de adiar a hora da verdade grita que os farsantes são eles.
A petição dos cinco doutores merecia ser incorporada aos autos do processo. É mais uma das tantas provas contundentes contra os réus. É uma confissão de culpa, com rubrica e assinatura.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

IMAGENS PARA A REFLEXÃO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...

AMIGA, MOSTRE A SEUS FILHOS O QUE NELES ESTÁ  SOBRANDO, E O QUE FALTA AOS MUITOS...
AMIGA, FAÇA NASCER DE VOCÊ HOMENS E MULHERES SOLIDÁRIAS...
CONVERSE COM OS SEU FILHOS  SOBRE A NECESSIDADE URGENTE DE SER SOLIDÁRIO...

FALE COM AS SUAS CRIANÇAS SOBRE A NECESSIDADE DE SER HUMANO...DE SER TOLERANTE...DE AJUDAR...DE COMPREENDER...

FAÇA SEU FILHINHO COMPREENDER QUE A COISA MAIS IMPORTANTE DO MUNDO É DEUS...
AMIGA, MOSTRE A SEU FILHO COMO JESUS CRISTO AGIA...

AMIGA, NÃO DEIXE SEUS FILHOS MALTRATAR ANIMAIS...ISTO É  INDÍCIO DE MAU CARÁTER...

AMIGA, CRIE UM SENSO CRÍTICO NO SEU EDUCANDO...

AMIGA, FAÇA A SUA PARTE, É IMPRESCINDIVEL...

CONTRIBUA PARA QUE TENHAMOS , NO FUTURO, HOMENS HUMANOS, IRMÃOS,QUE SAIBAM PEDIR  A PAZ, QUE SÓ VEM DE DEUS...

SOMENTE COM ESTES CUIDADOS,EVITAREMOS DE TER JUÍZES QUE SE APROVEITAM DA TOGA PARA GRITAR E HUMILHAR OS OUTROS...

EVITAREMOS MÉDICOS, QUE USAM DE TODO CASUÍSMO,FINGEM ATÉ QUE GOSTAM DO PÚBLICO, MAS NO FUNDO O OBJETIVO É ENCHER O BOLSO...

EVITAREMOS HOMENS PÚBLICOS QUE  TENHAM A CORAGEM DE TIRAR O PÃO DA BOCA DOS INOCENTES...DESVIAR O DINHEIRO DA MERENDA ESCOLAR...

O SUBSTRATO DE TODAS ESTAS CONDENÁVEIS AÇÕES É A FALTA DE BERÇO...E,
TAL PAI. TAL FILHO...

DIGA A SEU FILHO QUE O SEU DEUS, O HOMEM MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE,JESUS CRISTO,MORREU CRUCIFICADO...E QUE , A VOZ DO POVO,PREFERIU OS DOIS LADRÕES...

A VOZ DO POVO NEM SEMPRE É A VOZ DE DEUS...

O POVO FOI BARRABÁS...




TANGO DO COVIL...





Tango do Covil

Chico Buarque

Ai, quem me dera ser cantor
Quem dera ser tenor
Quem sabe ter a voz
Igual aos rouxinóis
Igual ao trovador
Que canta os arrebóis
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Deixa eu cantar tua beleza
Tu és a mais linda princesa
Aqui deste covil
Ai, quem me dera ser doutor
Formado em Salvador
Ter um diploma, anel
E voz de bacharel
Fazer em teu louvor
Discursos a granel
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Tu és a dama mais formosa
E, ouso dizer, a mais gostosa
Aqui deste covil
Ai, quem me dera ser garçom
Ter um sapato bom
Quem sabe até talvez
Ser um garçom francês
Falar de champinhom
Falar de molho inglês
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
És tão graciosa e tão miúda
Tu és a dama mais tesuda
Aqui deste covil
Ai, quem me dera ser Gardel
Tenor e bacharel
Francês e rouxinol
Doutor em champinhom
Garçom em Salvador
E locutor de futebol
Pra te dizer febril
Bem-vinda
Tua beleza é quase um crime
Tu és a bunda mais sublime
Aqui deste covil

SOBRE A JUSTIÇA...


        
OS SEIS CONDENADOS
Vou aqui contar um fato
Você pode até questionar
Mas todos cometeram um ato
Que é difícil de acreditar
Julgados pelo o mesmo juiz
Condenados por um júri popular
O primeiro a ser condenado
Não tinha como esquivar
Foi preso em fragrante delito
Com uma casca de jequitibá
Para servir de santo remédio
E sua esposa doente curar
Apesar de cuidar da mata
E muitas sementes cultivar
Não obteve perdão do júri
Que não hesitou em condenar
Cinco anos de cárcere privado
Por uma casca de jequitibá
O segundo a ser condenado
Não tinha que reclamar
Foi apreciado e censurado
Por verbas do povo surrupiar
O juiz o condenou a prisão domiciliar
E o júri acatou sem protestar
Tratava-se de um coronel
Que ficou rico sem trabalhar
Tornou-se político da região
E a cidade passou a comandar
Ninguém podia falar ou contraria-lo
Pois sua cabeça podia rolar
O político sorrateiro e cruel
Sorrindo com o peito cheio de ar
Abraçou seus eleitores humildes
Debochou do júri popular
Fez promessas ainda não cumpridas
Para na próxima eleição voltar
O terceiro a ser condenado
Fez de tudo para poder escapar
Não foi aceito qualquer desculpa
Pois como podiam acreditar
Um homem que não se conteve
E um pequeno objeto furtar
Sua prisão era dada como certa
Pois não podiam outros incentivar
Invadir um grande supermercado
E uma lata de leite pegar
Para matar a fome da filha pequena
Que não parava de chorar
O juiz e o júri popular foram cruéis
Na sentença do desempregado sem lar
Determinaram ao coitado, cinco anos,
Sem visita, sem defesa e sem falar
Pois serviria de exemplo moral
A qualquer um que pensasse em furtar
O quarto a ser condenado
Não devia ali exposto estar
Pois se tratava do santo padre
Que criança vivia a molestar
Fingia-se ouvir e dar o perdão
Sem ninguém desconfiar
Aos pobres fazia promessas
De suas almas a Deus encomendar
Prometia o perdão e a salvação
E sua dor e sofrimento amenizar
Mas por trás de sua falsa bondade
Existia o desejo e a vontade de pecar
Sua condenação foi breve e branda
Pois não havia homem para determinar
Ao santo padre qualquer maledicência
O juiz não quis na igreja se colocar
Condenar um homem santo
Que tem apoio popular
O quinto a ser condenado
Não sabia por que estava lá
Não cometeu crime e nada fazia
A não ser por direitos reclamar
Pedir justiça e igualdade
Seria motivo para se condenar
Para este havia aclamação pública
Parecia que não tinha como salvar
A agitação era coordenada e certa
Pediam sua condenação sem pensar
Não podiam deixar um trabalhador
Buscar justiça e todos desafiar
Sua condenação foi certa e obscura
Calando a voz de um proletário 
Encarcerado na masmorra escura
Agora sua vida seria um calvário
Sem poder demostrar sua bravura
Restando apenas a fé de um operário
O sexto a ser condenado
Seria o próprio juiz mandatário
Envolvido e sentenças e propinas
Seria então o pior salafrário
Julgava em troca de vantagens
Engordando seu alto salário
Sua pena foi deferida e conferida
Por sua corte de discricionários
Votaram a favor da própria justiça
Em defesa de nobres do judiciário
Aposentaram o inescrupuloso juiz
Com mordomia e um gordo salário
Esta é a atual situação de nossa nação
Às vezes a justiça e cega e precária
Por interesse pessoal de nobres
Outras vezes e surda e primária
Por banalizações e virtuais soluções
E por fim é silenciosa e sanguinária 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

LITERATURA DE CORDEL...


 
Um folheto da autoria de Silas Silva
PELEJA DE ZÉ RAMALHO COM RAUL SEIXAS
Eu dormindo em noite fria
Com sono muito pesado
E num sonho prolongado
Fui pra uma cantoria
Um poeta me pedia
Um mote sem atrapalho
Cantou sem fazer atalho
Conheci nas suas deixas:
Vi que era Raul Seixas 
Cantando com Zé Ramalho.
Eu saudei os cantadores
E recomendei no mote
Explicar pra que se note
(Já que são dois pensadores)
O sofrer dos pecadores
Que vivem do indecente.
Deixe tudo consciente
Debaixo do seu chapéu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
Já ouvi um comentário
Nos salões celestiais
Que vai sofrer muito mais
Quem controla o salário.
O jogo vira o contrário
E não fica com a gente
Enfrenta o ferro quente
É julgado como um réu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
A inveja dos dragões
Jararaca ou sucuri
Quem comanda é nicuri
(Olho grande em ações)
Com as suas pretensões
De nunca se ver contente.
Nem ajuda indigente
Que na rua vive ao léu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
Raul Seixas
Quem venera a traição
Nas normas do caminhar
Terá contas a prestar
Na linha de sedução
Quem ocupa o coração
Tendo mais de um vivente
De modo inconfidente
Corra, lave este véu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
Zé Ramalho
No mundo globalizado,
Onde falha justiça,
Compra quem ela cobiça
Assim sendo potentado
Pra não ser sentenciado
Criminando livremente.
Se quebrar essa corrente
Vai pagar no mausoléu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
Raul Seixas
Pra deixar sua matéria
Sem saber qual o destino
Faça um análise fino:
Se você pintou miséria
Esta coisa é muito séria
Pra sair pela tangente.
Mesmo sendo repelente
Tente ganhar seu troféu
Pra chegar até o céu
E viver eternamente.
Cada um mostrou ciência
Com vigor e com noção
Transcendendo a emoção
Com bonita transparência
Bem seguros na cadência
O mote foi versejado
Eu lhes dei muito obrigado
E seguiu a cantoria
Com aquela euforia
Num estilo malcriado.
Raul Seixas
Lhe convido pra cantar
Um repente mais aberto
Veja que eu sou esperto
Cantei, canto e vou cantar
E em fá, tonalizar
Pra deturpar o seu plano
Você sabe sou baiano
Sou a soma desta conta
E não vou temer afronta
De vate paraibano.
Zé Ramalho
Raul Seixas lhe aviso
Eu vou cantar novamente
Vou mostrar neste repente
Que sou bom no improviso
No Brasil aonde eu piso
Não vejo dificuldade
Já estou com essa idade
Cantador nenhuma me cala
Você vai perder a fala
Com a minha tonalidade.
Raul Seixas
Já falei do monstro “Siste,”
Também da filosofia
Corroendo quem confia.
E no jogo quem insiste
Cai no ofício que existe
Descartando o que é bom
A trombeta muda o tom
E avisa a chegada
Porque vem antecipada
A batalha “Armagedom”.
Zé Ramalho
Nesta linha eu compus
A canção do gado novo
Ressaltando nosso povo
Que tanto aqui produz
De modo que o conduz
Sofrer com exploradores
E nas mãos dos Senadores.
Por ser mal gerenciado
No Brasil desempregado
Ficam os trabalhadores.
Raul Seixas
Eu fui quem incentivei
Padre Cícero  na igreja,
Do santo que se corteja
Devoção eu preservei.
Mas depois eu me privei
Me juntei com o Corisco
E pedi correndo risco:
A Juscelino Kubitschek
Eu preciso de um cheque
Pra poder gravar um disco.
Zé Ramalho
Você tem experiência
Eu também sou viajado
Num martelo agalopado
Mostrei minha competência
Meu verso tem procedência
Da sublime inspiração
Também sou revelação
Nesta linguagem profética
Fiz denúncia mas com ética,
Dentro da minha canção.
Raul Seixas
Se você fez aventura
Conte-me uma perigosa
Que não seja mentirosa
Mostrando sua bravura
Como fiz na ditadura
E depois fui pelos ares.
A mando dos militares
Fui parar em um exílio
Sem haver um empecílio
Pelo ar, terra nem mares.
Zé Ramalho
Eu voei numa cegonha
Tomei chá de cogumelo
Tinha um dedo amarelo
De tanto fumar maconha
Em Fernando de Noronha
Dei um tempo na viagem.
A viola da bagagem
Tirei porque me destina
Cheirei muita cocaína
E fiz outra decolagem.
Raul Seixas
Vi gente profetizar
E descrever as visões
Que viu nessas previsões
Todo azul do céu mudar
E se despigmentar
Ganhar cor de tom incerta,
A lua ser encoberta
Não jogar mais seus reflexos
Deixando muitos perplexos
E a terra ficar deserta.
Zé Ramalho
Eu também fiz previsão
Eu previ que será visto
Com o poder do anticristo
Vir das trevas Lampião
Mostrando em dimensão
Seus feitos paranormais
Com poderes levitais
Produzindo um “best seller”
Que nem mesmo “Uri Geller”
Conseguiu fazer os tais.
Raul Seixas
A zebra,  quando pintaram
Fiz presente nesta hora
E lhe digo sem demora
Quanto tempo demoraram
E depois onde guardaram
A sobra daquela tinta.
Não espere que eu minta
Pra de min tirar proveito
O pintor foi um sujeito
Que se foi com mais de trinta.
Zé Ramalho
Este homem eu conheci
Há muito tempo atrás
Ele em tudo era capaz
Um trabalho dele eu vi
E se não lhe convenci
Saiba que ele envernizou
A barata e guardou
O verniz lhe digo a data
E a química que usou.
Raul  Seixas
Zé Ramalho,  em tua frase
Não encontro adjetivo
E não sei qual o motivo
Que não usa ele quase
Nem se serve d’uma crase
Virgula, ponto de exclamação
Não vejo interrogação
Então “aspas” pode abrir
Pro seu erro assumir
Dando uma explicação.
Zé Ramalho
Não respondo em tua ausência
Pra não me sentir covarde
Ou mais cedo, ou mais tarde
Me tratas como excelência
Porque sei cantar ciência
Sem murrar ponta de faca
Vi tu cozinhar da jaca
Caroços que deu entulho
Pois acaba todo orgulho
Quando a fome lhe ataca.
Raul Seixas
Pra terminar a porfia
Me pediram outro mote
Disseram se tiver bote
Mais dinheiro na bacia
Eu pensei no dia-a-dia
No crime contra a nação
Pedi uma explicação
Neste mote improvisado
A justiça tem errado
Quando aplica a punição.
Zé Ramalho
Você vê nas capitais
Grande caos na medicina
Morrer gente sem vacina
Nas filas dos hospitais
Vê-se erros tão fatais
Por medico cirurgião
Tendo a jurisdição
E não ser sentenciado
A justiça tem errado
Quando aplica a punição.
Raul Seixas
Em plena “Sodomania”
Observo as gerações
Vivendo transformações
Mergulhadas na orgia
Além da pedofilia
Tendo proliferação
Quem recebe acusação
Não está preocupado
A justiça tem errado
Quando aplica a punição.
Zé Ramalho
O Brasil vive dilema,
Se vê no maior abismo
Neste clã de nepotismo.
Dando furo no sistema
Através de forte esquema
Quem ganha na eleição
Vem roubando a nação.
E lhe digo meu prezado
A justiça tem errado
Quando aplica a punição.
No final grande emoção
Invadiu meu peito insone
Uma voz no microfone
Fez uma anunciação
E houve transformação
Como um “flash” que produz
Raios, reflexos de luz
Enquanto Raul partia
Zé Ramalho decidia
Cantar no Brejo da Cruz.